Seja bem vinda nobre alma!

SEJA BEM VINDA NOBRE ALMA!

Os que tentam encontrar em si, algum abrigo, para fugir dos temores da vida, levam algum tempo para entender que quando se olha para o mundo, não o fazem da mesma forma que alguns tantos outros, porque os que buscam um esconderijo para suas almas, na verdade veem a vida e somente isto basta.

domingo, 6 de março de 2011

Meu Próprio Cais


Alvas areias em que piso
No resplandecente sol de verão.
Sopram ventos frêmitos
Tangendo as areias
Fazendo sua própria canção.

E do mar absoluto
Elevam-se os naufrágios,
Passagem remota
Das ondas que osculam
Teus frágeis lábios.

E os beijos teus
Inda feitos de espumas,
Velejam em alto mar
Onde eu me perdera
Em meio imensa bruma.

E o coração tenuoso
Emerge-se entre corais
Do meu próprio oceano,
Onde navegam barcos sem rumo
A procura de um cais.

DAIANE FURLAN CANAL (29-07-08)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Silêncio Dito



Acho que as palavras hoje perdi
E de repente o meu silêncio fale
De um instante em que esvaeci,
Deste instante que já não me cabe.

Então minhas palavras não ditas
Para ti, agora chegam.
Não as ouça, não as permita,
Que a tua alma as leiam.

Mas se acaso, inevitável for,
Percebê-las diante de meu olhar,
Disfarce, não seja tão observador.

Minhas palavras vagas, cegas e surdas,
Tanto querem falar,
Mas permaneço ainda muda.

(DAIANE FURLAN CANAL 23-02-11)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Voo



Meu coração era um interminável ermo
Que escondia terra fértil,
E quando a semente
Foi plantada e regada,
Tornou-se imensa brenha.

Mas eu acabara me perdendo
Do mesmo jeito...
Como pássaro ferido
Que o vento apenas
Balouça suas asas.

Asas quebradas...
Inutilmente adejam no ar,
Tentando exsurgir entre as frondes
Para chegar aos cismos
De seus infindáveis desejos.

Pássaro de olhos esfaimado,
Apesar de relapso,
Inda se matem intrépido
Na tentativa do voo altaneiro
Acredita ainda chegar ao céu.

DAIANE FURLAN CANAL (24-08-08)